sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Veja aqui os depoimentos do II Festival de Arte-Educação A Cidade CRIA – Cenários de Cidadania


Cenário transformador, cenário de esperança!
Por Artur E. Monteiro de Barros- Presidente da Casa de Ensaio

O mundo gira, em movimentos coletivos. Cenários se reconstroem com uma velocidade eletrizante, ajudados por redes virtuais. Na Bahia, o CRIA apresenta em Salvador, um Festival de Arte-Educação e coloca em cena, alguns  movimentos coletivos em comunidades.
A dinâmica é itinerante. 

O Festival percorre cinema, teatros, rodas de conversar em espaços abertos e até em espaços tradicionais da cidade, como a Faculdade de Medicina.  O mundo está ali. Os mestres foram convocados e estão presentes; o teatro e a poesia também.  Através da palavra, da dança, de sons e alegria; crianças e adolescentes explodem em reivindicações por mudanças.

O tom é de “Fala negão, abra a boca negão!”. Com a palavra assegurada, grupos de teatros que representam comunidades falam de questões pertinentes ao seu cotidiano e na oportunidade acabam por interagir uns com outros, construindo novos cenários.

Jovens vindos do Pará avisam que vem contar suas histórias, em terra alheia. Ritmos indígenas oriundo da Amazônia se encontram com tambores dos negros da velha Bahia, em processo de aprendizagem em oficina de teatro e vira espetáculo. O Brasil pulsa.  A poesia e o teatro também. Tincoã pássaro anunciador de mudanças da região do Tapajós é o condutor da história contada pelos jovens daquela região e anuncia que apesar das chuvas, bons tempos virão. Com certeza, tempos de transformação.
Parabéns CRIA. Obrigado pela oportunidade.


Cria recria a cidade e  cria cenários de cidadania...
Por Laís Dória- Casa de Ensaio  

Foi com muita alegria que recebi o convite de Maria Eugênia para participar da Roda de Conversa, no II Seminário de Arte educação, e logo me convidei para assistir o II Festival de Arte educação. Hum, que deleite....Borbulhei de  grandes emoções, cores, abraços, sorrisos, esperanças e muitos sonhos. Conheci e reencontrei pessoas queridas que afagaram o meu coração. A cada peça que assistia , uma emoção nova sentia. Ver os “netos” do Cria dirigindo: Evaldo, Yuri, Ronald, mãe e filho juntos e tantos outros, foi um sabor especial, cocada doce com acarajé...Eles são  privilegiados , porque essa arte é  só para os iluminados. Aqueles que querem  dar luz para o nosso mundo ficar mais bonito.

Ouvi e conheci muitas vozes, acalantada  também pelas “Vozes do Engenho”, que deslizavam cantando no palco. Então me perguntei, por onde andava o meu menino folha? Humm, por um momento  voltei a ouvir  a minha pedra cantar novamente.
E os meninos do Pará, ai ai ai.. esses meninos do Pará... conseguiram disparar meu coração. E, com Eugênia e Nadja, construímos a magia do tincoã. Ventos bons assopram em nossos corações! Obrigada , Roger e Juliana.Voltar ao quintal para fazer teatro foi magia pura, pois foi lá que comecei a fazer o meu.. salve Grupo do Beco, nas lajes da vida. Obrigada Nil... Encontros só do bem querer!!!

Ouvir  e buscar nossas poesias que estão adormecida, é poder novamente se  despertar pra vida...viva o cria poesias..  Poder conversar com Eugênia, Sônia, Beth, Karen, Mila, e os nossos mestres Lydia  e Ilo, é me alimentar por muitos séculos. Ouvir jovens  se questionando, se emocionando,  e agradecendo é mais que um doce, são todos os doces.. e porque não jovens  subir em mesa com doçura e alegria, coisa de palhaço, coisa de gente boa...

Ai então ,percebi que o cria cresceu de verdade...que o cria já germinou...que o cria já esta cumprindo  seu papel. Senti  também que cheguei  na festa  da passagem,  no rito de passagem onde uns passam e outros passarinho.. A mainha eugenia já virou avó e agora vai poder ficar tomando sorvete so com seus netos.  Alimenta-los com outros sabores  e novas formas mas com total liberdade de ser e de criar. Porque um artista não para, ele segue criando e inventado coisas novas...

Obrigada meus queridos, obrigada Eugenia(minha irma amada), Carla (com c do meu coraçao) , Beth( mae de todos os gemeos), Nadja( bahia de são salvador), Cássio,Tássia, Daniel, Reni e todos do Cria que se fizeram presente o tempo todo ,pois só distribuíram afeto e harmonia. Obrigada Telma, Maria e Joel que nos acolheram ..OBRIGADA, Salvador que juntos vamos ajudar a salvar a dor desse mundo. Obrigada Cria,Vida eterna! Obrigada meu Brasil que me faz Ser- tão brasileira, porque agora volto para minha terra levando a textura, a cor, o sabor e esse cheiro irresistível desse nosso e de todos os dendês do nosso Brasil. AXÉ irmão....

"Caleidoscópio de mestres"
 Por Sonia Rangel- Escola de Teatro da Ufba

Meus parabéns querida Maria Eugênia e demais parceiros, por mim conhecidos e desconhecidos, que estão neste barco em pontos, portos e laços iniciais que se espalham e se transformam na casa do tempo.

A Grande Escola é uma só e está sempre aberta, mudando em seus mil alvéolos. Nós juntos, pelo olhar dos outros, é que podemos aprender a ver com nossos próprios olhos. O evento me mostrou este caleidoscópio de mestres, como portas desta Grande Escola.

Meu muito obrigada, minha admiração profunda, meu amor incondicional, aos que por amor, respeito e vocação trabalham na arte da educação em qualquer ponto deste imenso país. 

Minha gente Amiga trançadora de sonhos que são Realidade!
Por Maria Eugênia Milet- coordenadora geral do CRIA, professora da Escola de Teatro da Ufba

Encerramos o II Festival de Arte-Educação do CRIA  revelando e vivenciando os cenários de cidadania no Centro Antigo aqui em Salvador, em rodas e rodas girantes de diálogo e cantigas, com muita arte e Bem-Querer. A Rede foi trazida por Iaracira, gestora da Rede, no seminário sobre arte-educação, com muita propriedade e inteireza. Arnaldo pode estar conosco numa das tardes de apresentações no Solar Boa Vista e vibramos na Barca Ijexá...

Os grupos de teatro comunitário de Salvador fizeram bonito nas apresentações nas praças do Pelourinho, mostrando como são vozes livres e conscientes que ligam os pontos da Rede, despertando sensibilidades onde chegam. Evaldo Macarrão, com seu "Axé!" de Iyá de Erê falou sobre teatro e comunidade, sobre a função do arte-educador e os desafios que tudo isso implica na comunidade ...E também Ronald, Eugênio, Danúbia, Antônia, Uiara lá nas rodas de conversa nas praças...E com eles à frente, ouvimos dos públicos presentes depoimentos bonitos desta nova cidadania que se expande com arte! Ação já, Beleza sempre!

Os grupos do CRIA  irradiaram alegria com nossa arte que sempre pretendeu trazer o sentido de pertencimento a este nosso Ser-tão Brasil. Gente do oeste do Pará, nos fizeram pensar com aquele que diz não, aquele que diz sim, e assim nos ensinaram a nadar nas águas do rio Tapajós cercado de florestas e encantados. E o tincõa cantou alegre, pois estivemos juntos rompendo as distâncias. Com estes meninos e meninas artistas, cantamos: "embarca morena embarca, molha o pé, mas não molha a meia"...E foi possível esta proeza.

Nadja como a Bahia, a cidade de São Salvador nos ajudou a entrar no barco e cruzamos o rio, chegamos ao mar. Com minha irmã atriz Laís, e mais uma vez com Tobias, cruzei fronteiras e o tambor marcou o tempo deste nosso caminhar. O coração batia forte: tum, tum, tererê... O povo do grupo do Beco de favela de Belo Horizonte nos convidou a estar com eles no mutirão da laje...E, de lá, nos vimos mais juntos ainda o mundo que se cria com gratidão e confiança, tijolo por tijolo, na construção de tantas possibilidades ...

De lá vimos Carla costurando, sempre com cuidado, cada ponto da nossa história. Com Tássia, Jed, Leila, Reni, Lúcia, Pati e Beth...e mais  muitas meninas  lindas, tecelãs. E os meninos também aplicados no fazer de cada dia, no sobe e desce no abre e fecha de portões, portas e corações, na produção!!!! Ilo Krugli e Lydia juntos na sobra da árvore celebraram uma vida "conversável" - nossos mestres sempre crianças de olhinhos brilhando chamaram Brecht e Agostinho. Eles viram tudo de cima (provavelmente comendo aquela goiaba que o Menino lhes deu), também sorrindo!

E Aninha, Dona Maria, Seu Roque Bravo, Manoel Grande, Carmosina, Detinha e Seu Gervácio, Zeca e Dija, nas imagens dos vídeos e na memória, imanando a sabedoria da Terra e respeito aos mais jovens que levam seu canto adiante. Mila com seu sorriso estonteante revela o sonho que sonhamos juntos há 18 anos. Mila é um presente. Ah, e Nil de Minas, Laís Dória e Artur da Casa de Ensaio de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Juliana que também passou pelo Vento Forte, com Roger que estão no Tapajós, Karen Accioly do Rio de Janeiro e Sônia Rangel da Escola de Teatro, minha colega e professora e Beth Rangel amiga de tantas aventuras e lutas...Estes amigos falaram de suas  experiências poéticas e re-existências, e assim ligaram mais o  fio do ensinar-aprender.  

Os palhaços fizeram uma in-conferência e varreram o sono de manhã. E no final, na roda brincamos no Terreiro de Jesus, despertos com o Olodum tocando, como iniciamos ... agora com o céu mais perto. Em tudo, no som, nos gestos, em cada dia, sentimos cada um de vocês bem juntinho.Enquanto isso tudo acontece, em cada ponto desta nossa história de amor, a rede se tece.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Pará, Minas e Bahia se encontram no II Festival do Cria


No segundo dia de Festival, a apresentação do exercício cênico “Aquele que diz e aquele que diz não” do grupo Tapajós (PA), trouxe um pouco do texto de Brecht para o Solar Boa Vista, no Engenho Velho de Brotas. Depois um pouco mais da cultura Paraense foi mostrada a platéia com apresentação da sua dança típica, o carimbó, terminando a apresentação com a exposição do vídeo “Folguedo”.

Enquanto isso, o grupo do Beco se preparava, no pátio do Solar Boa Vista para receber o público com o espetáculo “A Laje” ao ar livre. O público se divertiu bastante, que contou com a presença dos garotos que jogavam futebol na quadra de esportes do Solar e que interromperam o baba para assistir a peça. 

II Festival do CRIA ocupa a cidade e constrói cenários de cidadania


Trazendo teatro, música e ancestralidade para o cinema, o grupo Iyá de Erê abriu o II Festival com o espetáculo “Quem me ensinou a nadar?”. A abertura do festival guardava ainda uma surpresa, Jedjane Mirtes, coreógrafa do CRIA, entrou em cena como Detinha, relembrando os tempos de jovem atriz do CRIA. “Hoje eu estou aqui, mas na verdade sempre estive” trecho do quem sou eu? Interpretado por Jedjane.

Na fala de abertura, Maria Eugênia, diretora de Arte do CRIA, deu as boas vindas e falou sobre a participação da coreógrafa no espetáculo “é muito bonito ver Jed em cena com o Iyá de Erê, a maioria da equipe que faz parte do CRIA viveu no corpo tudo isso e hoje coordena o CRIA com a beleza dessa vivência”. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Confira o vídeo do II Festival de Arte Educação a Cidade Cenários de Cidadania

Ei! Você já ouviu falar?
Não Percam... Começa nesta sexta-feira (11), o II Festival de Arte Educação a Cidade Cenários de Cidadania. Confira o VT do Festival: 


II Festival "A cidade Cria Cenários de Cidadania"


II Festival "A cidade Cria Cenários de Cidadania" é destaque do Guia Correio desta sexta-feira (11). Siga a dica!



Pioneiro da arte-educação no Brasil, Ilo Krugli participa de seminário do II Festival do CRIA


Um dos pioneiros da arte-educação no Brasil, o argentino naturalizado brasileiro Ilo Krugli é um dos convidados do seminário Arte-educação em rodas de conversa, que acontece no dia 16 de novembro, das 9h às 18h, na Faculdade de Medicina da Bahia (Pelourinho). Diretor, ator, artista plástico e escritor, ele é o fundador do Ventoforte, um dos mais importantes grupos teatrais do Brasil. Veja matéria do Bahia Informa AQUI.