quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Veja o que os participantes acharam do I Festival

Quer saber como foi o I Festival A Cidade CRIA Cenários de Cidadania? Confira a opinião de quem participou! O I Festival aconteceu no Teatro Sesc/Senac Palourinho e reuniu crianças, jovens, educadores, estudantes, artistas, quilombolas, índios e mestras da cultura popular em uma grande celebração da arte-educação e cultura.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Uma história que continua

Montagem do resultado das oficinas do
I Festival A Cidade CRIA.
A mostra do resultado das oficinas do I Festival de Arte-Educação: A Cidade CRIA Cenários de Cidadania fechou com chave de ouro a programação do evento que mobilizou Salvador entre os dias 12 e 18 de agosto de 2010.

O evento, na verdade, é parte de um longo processo que já vem ocorrendo há 18 anos no CRIA e dentro de cada coração que se sentiu tocado pelo que foi proporcionado pelo Festival.

As oficinas foram momentos muito especiais. já que são uma etapa importante do intercâmbio entre os jovens participantes dos grupos artísticos do CRIA, jovens da aldeia Pataxó de Coroa Vermelha e jovens do Quilombo de Tijuaçu e de Missa do Sahy, ambos de Senhor do Bonfim.

“Superou minhas expectativas”, diz Rose Silva, que ministrou ao lado de Alessandro Souza a oficina de intercâmbio entre indígenas, quilombolas e jovens do CRIA.  “O grupo estava muito a fim de fazer e acontecer. Pra mim foi muito forte porque foi dentro do nosso festival. Agora a história é outra porque estamos dentro da nossa casa”, completa Rose.

No espetáculo, os índios Pataxó de Coroa Vermelha e os quilombolas de Tijuaçu presentearam o público com toda a riqueza das suas origens, cultura e história. Participaram ainda do espetáculo jovens de comunidades de Salvador, como Cosme de Farias, Arenoso, Fazenda Coutos, Pilar e Barros Reis.

Os quilombolas trouxeram a história das três negras que deram origem ao quilombo de Tijuaçu e a tradição do Samba de Lata.


Os Pataxó vieram com a riqueza da sua indumentária, da sua música, do seu artesanato, mas também a história da invasão portuguesa e a triste lembrança da morte do índio Galdino, que morreu queimado em Brasília.

A carinhosa presença da Mestra da Cultural Popular, Maria do Carmo, de Lafaiete Coutinho (BA), e sua “panela boa demais”. Sem contar a arte do Teatro de Bonecos, com o mestre bonequeiro Rubenval Meneses e Eliete Teles, da Associação Cultural Tupã.

Alegria, tristeza, raiva e medo. O momento do clown dentro do espetáculo foi uma troca de emoções a cada encontro no palco. Desta vez, o chamado “riso fácil” deu lugar à risada natural, que segundo a atriz Teresa Bruno, ministrante da oficina, trouxe o público para si mesmo. “O clown não é um personagem interpretado. Significa desenvolver e revelar a característica principal, o lado ridículo de cada pessoa. A ideia é encontrar uma gestualidade cômica do corpo que a gente traz no dia a dia, entende? Reconhecer a estupidez das pessoas”.


Para Carla Lopes, arte-educadora do CRIA, o resultado das oficinas vai ser a grande lembrança do festival. “Isto não é um espetáculo, e sim uma brincadeira, porque o teatro que a gente faz a gente vai descobrindo a cada dia, reinventando e criando com todo mundo”, diz.

A colagem cênica teve um final apoteótico: uma grande homenagem ao ator e dramaturgo Ilo Krugli. “Isso tudo lembrou o espetáculo Lenços e Ventos, que originou o grupo Ventoforte.

No espetáculo, o personagem principal usa dois corações: por baixo um de celofane transparente, e por cima, um de metal. Na vida da gente é preciso saber o momento de usar cada um deles”, disse Ilo, visivelmente emocionado.

Para fechar de vez, uma grande roda de Samba de Lata, misturada com roda de verso e capoeira. Para Maria Eugênia Milet, o festival não acaba aqui. “A festa continua”, disse.

Em setembro, o CRIA faz sua temporada da Mostra A Cidade CRIA Cenários de Cidadania, com os espetáculos dos grupos Iyá de Erê, Pessoa Comum, Mais de Mil e CRIAPoesia. As apresentações serão às quartas e quintas, às 15h, no Cine Teatro Solar Boa Vista, no Engelho Velho de Brotas.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Arte que emociona, arte que mobiliza


A noite de 16/08/2010 foi dedicada às discussões sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes, principalmente o tráfico de pessoas. O Grupo Iyá de Erê, com o espetáculo "Quem me ensinou a nadar?" impressionou a platéia com a forma doce e ao mesmo tempo precisa de abordagem de um tema tão árduo.


Os jovens do Iyá, como são identificados no dia-a-dia do CRIA, dirigidos pela arte-educadora Carla Lopes, escolheram mostrar como podem e devem ser fortes as mulheres para dar um basta a essa situação.

E como a consciência do caminho percorrido pela gente que, ao habitar essas terras, torna-se a gente brasileira, pode ajudar a entender o rumo dessa história... “Quando temos dúvida de pra onde ir, basta olhar pra trás e ver de onde a gente veio”.

domingo, 15 de agosto de 2010

Arte comunitária contra a violência sexual

Exploração sexual, abuso e tráfico de crianças e adolescentes são problemas que existem em todas as partes do mundo. E na Bahia, não é diferente. Mas esta realidade pode e já está mudando, graças ao maior envolvimento da sociedade nas discussões sobre estas questões.

Uma mostra disso pôde ser vista na tarde deste domingo, durante o Festival A Cidade CRIA Cenários de Cidadania. Jovens do grupo Realidade, da comunidade de Arenoso, e do grupo Sem Opressão, do bairro de Cosme de Farias, apresentaram duas esquetes teatrais sobre o tema tráfico de seres humanos, principalmente de crianças e adolescentes, para fins de exploração sexual.

“As esquetes são resultado de anos de vivência que os jovens tem tido no CRIA com ênfase nas artes comunitárias e nos direitos das crianças e adolescentes”, diz Irene Piñero, coordenadora da área de saúde do CRIA.

sábado, 14 de agosto de 2010

O teatro comunitário em dose dupla no Festival

Os jovens atores do grupo Obás de Oyó

Os espetáculos "Onde Está o Seu Racismo"?, do grupo Oloruns da Arte, do bairro de Sussuarana, e "Assim dizem os mais velhos"?, do grupo Obás de Oyó, da comunidade de Paripe, ambos de Salvador, deram continuidade as apresentações do teatro comunitário na tarde deste sábado (14), dentro da programação do Festival A Cidade CRIA Cenários de Cidadania.

Até o dia 18 de agosto de 2010, todas as peças da tarde tem entrada gratuita, a partir das 15h.

Com uma pitada de música e poesia, o Oloruns levou o público para uma viagem ao mundo onde os jovens encaram de frente o preconceito racial, a difícil fase da adolescência, o diálogo com os pais e a violência que é tão explícita nas comunidades de Salvador, a exemplo de Sussuarana. Aos poucos, o grupo tenta mudar esta dura realidade pela mobilização dos jovens através da arte.

Para Maria Eugênia Milet, supervisora geral do CRIA, "o grupo Oloruns uniu vários pessoas diferentes para pensar junto a comunidade, como policiais e representantes de diferentes religiões. O grupo está conquistando este espaço há muito tempo, com persistência e organização, e com isso, está fortalecendo a união entre as pessoas da comunidade".

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

“Quem Somos Nós” inicia apresentações dos grupos do CRIA no festival

O espetáculo “Quem Somos Nós?”, do grupo Pessoa Comum, abriu a programação das apresentações do repertório do CRIA na segunda noite do festival, nesta sexta-feira (13). Na platéia, jovens das comunidades de Salvador, famílias dos jovens do CRIA e professores, entre outros,
mostraram toda sua empolgação e felicidade em ver no palco a representação da trajetória de ocupação da capital baiana e suas contradições, com muita arte, música e beleza. Uma noite, que com certeza, ficará na memória daqueles que ali estiveram..

A apresentação foi seguida de um debate acalorado, conduzido pela supervisora geral do CRIA, Maria Eugênia Milet, e pelos diretores do espetáculo, Alessando Souza e Rose Silva. “A gente não pode ficar de braços cruzados diante dos problemas que o espetáculo aborda, para que a gente não veja isto acontecer com nossos jovens”, declarou Alessandro.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Uma homenagem a cultura popular e a infância

A aula-espetáculo "O Vento Forte", montagem de Maria Eugênia Milet, conta com a participação das crianças do Grupo Comunitário Luz do Sol, de São Tomé de Paripe e as Mestras Populares Detinha, do Quilombo de Tijuaçu, Aninha e Maria do Carmo, da cidade de Lafaiette Coutinho.

A peça mostra dois meninos que voltam a brincar em um restinho de quintal na cidade grande. Com retalhos, papéis, imaginam um quintal bem maior, com “lenços e ventos”, do tamanho do céu azul. Os meninos gostam de tudo que gira e se movimenta: cometas, borboletas, pipas...

Então, brincam de ser o "Vento Forte" e trazem para o quintal a Água do sertão quilombola escorrendo das cacimbas e renovando o Ar, que suspende a nossa alma nas rodas-de-verso de fazer passarinho cantar.

Um Rio que Vem de Longe abre o Festival do CRIA

O poeta, dramaturgo, diretor e ator Ilo Krugli é o homenageado do I Festival A Cidade CRIA Cenários de Cidadania e apresenta a peça "Um Rio que vem de Longe", do grupo Teatro Ventoforte,  idealizado por Ilo.

"Um Rio que Vem de Longe" é uma história capaz de emocionar crianças e adultos, fazendo um resgate de tradições das festas populares e rituais, num mundo em que as tradições culturais estão se perdendo, devido a globalização das ideias.

Na peça, temos um barquinho que nunca havia navegado antes, o Pingo I, ancorado num porto por onde passam diversos amigos: a borboleta, a aranha e o Irupê, que um dia lhe faz um convite irrecusável.

A primeira montagem profissional da peça foi em 1972. Desde então, vem sendo várias vezes premiada e apresentada em muitas cidades do Brasil e até no exterior.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Clown é tema de oficina no Festival do CRIA

A artista italiana Teresa Bruno chega à Salvador nesta quarta-feira (11) para participar do Festival A Cidade CRIA Cenários de Cidadania.

Durante o festival, a artista que integra o grupo C'art (Circo Arte Ricerca Teatro), ministrará a oficina "Clown, Identidade Cômica do Corpo", que é aberta ao público, e resultará em uma apresentação no dia 18 de agosto. Saiba mais

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Festival promove intercâmbio com mestras da cultura popular

Jovens do grupo Pessoa Comum e as mestras do
Samba de Lata do quilombo de Tijuaçu
“Meniná dos olhos pretos / Olhos pretos matador / Vou dar queixa ao delegado / Que teus olhos me matou”. 
“Eu sambei, sambei/ Vim parar aqui / Viva todos quilombola / E também o Rei Zumbi” 
Na comunidade de Bom Juá, em Salvador, no dia 27 de julho, as cantigas de roda e o Samba de Lata deram o tom do encontro entre duas expressões vivas e vibrantes da cultura tradicional popular e jovens participantes da Rede Ser-Tão Brasil,. 
As mestras Aninha, da cidade de Lafaiete Coutinho, e Detinha, do Quilombo Tijuaçu, distrito de Senhor do Bonfim estão em Salvador preparando, sob a direção de Maria Eugenia Milet, supervisora geral e diretora artística do CRIA, o espetáculo O Vento Forte. A montagem terá apresentação única para convidados na noite de abertura do Festival, no dia 12 de agosto, no Teatro SESC/SENAC Pelourinho. 

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ensaios abertos contagiam famílias

Pais, jovens e a equipe do CRIA
reunidos após ensaio da peça
“Minha filha Tamires mudou, tem mais responsabilidade na escola depois do CRIA”. A frase é de Sergio Manoel, um dos pais que assistiram o ensaio aberto da peça “Quem somos nós?”, do grupo Pesssoa Comum. Assim como ele, outros pais, mães, tios e até professores de escolas públicas onde os jovens do CRIA estudam, assistiram, emocionados, uma prévia de quatro espetáculos que serão apresentados no I Festival A Cidade CRIA Cenários de Cidadania.

A proposta dos ensaios abertos é criar um espaço de interação entre as famílias e a equipe do CRIA, para sugestões, críticas e opiniões sobre o que pode ser melhorado nas apresentações.

É também uma oportunidade para pais, mães e filhos trocarem suas impressões sobre como o trabalho do CRIA tem modificado a vida destes jovens em relação à escola, à família e à comunidade.

Para Maria Eugênia Milet, “a atuação do jovem dentro da escola é muito importante. No Brasil, os jovens estão tomando consciência sobre o valor da educação e das suas ações dentro da escola”.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Festival comemora 16 anos de arte e transformação social

Com montagens apresentadas por jovens, mestras da cultura popular, quilombolas e indígenas, o I Festival de Arte-educação A Cidade CRIA: Cenários de Cidadania é a expressão principal dos novos cenários de transformação social e pessoal que se desenham a partir dessa arte. Serão apresentados 15 espetáculos, entre montagens do CRIA, esquetes de grupos comunitários e mostras das oficinas, que configuram um painel de experiências criativas.

O objetivo do festival é ser um espaço de encontro, diálogos, discussões conceituais e disseminação das experiências do CRIA com a arte-educação. A programação do festival continuará em setembro, com mostras artísticas no Solar Boa Vista, e até dezembro nas diversas comunidades em que vivem os jovens participantes dos grupos artísticos. A expectativa é mobilizar cerca de 10 mil pessoas.

Para Maria Eugênia Milet, supervisora geral e diretora artística do CRIA, “o festival será o momento de celebrar as conquistas e compartilhar os desafios que se apresentam para o futuro, depois desses 16 anos de convivência, criação conjunta e encontros com gente daqui e de outros cantos do mundo”.

Atualmente, o trabalho do CRIA envolve diretamente 184 pessoas.