terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ensaios abertos contagiam famílias

Pais, jovens e a equipe do CRIA
reunidos após ensaio da peça
“Minha filha Tamires mudou, tem mais responsabilidade na escola depois do CRIA”. A frase é de Sergio Manoel, um dos pais que assistiram o ensaio aberto da peça “Quem somos nós?”, do grupo Pesssoa Comum. Assim como ele, outros pais, mães, tios e até professores de escolas públicas onde os jovens do CRIA estudam, assistiram, emocionados, uma prévia de quatro espetáculos que serão apresentados no I Festival A Cidade CRIA Cenários de Cidadania.

A proposta dos ensaios abertos é criar um espaço de interação entre as famílias e a equipe do CRIA, para sugestões, críticas e opiniões sobre o que pode ser melhorado nas apresentações.

É também uma oportunidade para pais, mães e filhos trocarem suas impressões sobre como o trabalho do CRIA tem modificado a vida destes jovens em relação à escola, à família e à comunidade.

Para Maria Eugênia Milet, “a atuação do jovem dentro da escola é muito importante. No Brasil, os jovens estão tomando consciência sobre o valor da educação e das suas ações dentro da escola”.


Os arte-educadores do CRIA Rose Silva e Alessandro Souza que o digam. Juntos, eles comandam a montagem de “Quem somos nós?”, ao lado dos jovens, sob a supervisão artística de Maria Eugênia Milet.

Como “crias” do CRIA, eles reconhecem a importância da presença da escola, aliada aos ensinamentos que a Ong proporciona. “Essa transformação é uma via de mão-dupla, pois os meninos e meninas levam para a escola e para a comunidade o que aprendem aqui”, ressalta Alessandro. A arte-educadora Rose compartilha dessa mesma idéia. “É preciso acreditarmos mais na escola para nascerem mais educadores”.

Durante o ensaio, também foi destacada a participação dos jovens nas rodas de leitura do ELE – Espaço de Linguagem e Expressão, onde os jovens tem a oportunidade de se aprofundarem em temas que não necessariamente são discutidos nos espetáculos, além de fazerem visitas a equipamentos culturais.

Além da presença mais que especial dos familiares, os ensaios contaram também com a ilustre presença de parceiros do CRIA, como Débora Andrade, do Instituto Winrock, e de outras “figuras” que fazem a história do Pelourinho e que acompanham o trabalho do CRIA. É o caso do mestre de capoeira Vevéu do Samba, um dos homenageados na peça “Quem me ensinou a nadar”, do grupo Iyá de Erê. Ele serviu de inspiração para criação do personagem homônimo interpretado pelo jovem ator do CRIA, Evaldo Maurício.